Desde pequena, eu sempre amei visitar parques de diversão. Adoro sentir a adrenalina correndo nas minhas veias enquanto sou arremessada em uma montanha-russa, dar voltas em um carrossel ou sentir a velocidade em um brinquedo radical. Mas há alguns anos atrás, algo aconteceu que mudou todo o prazer que eu sentia nesses passeios.

Fui a um parque de diversão com alguns amigos e fomos direto para a montanha-russa mais alta e assustadora. Eu já tinha ido nela antes, mas dessa vez foi diferente. Quando o carrinho começou a subir, comecei a sentir um medo paralisante. Quando chegamos no topo, senti meu coração acelerar e minhas mãos ficaram suadas. Quando o carrinho desceu pela primeira queda, eu gritei de medo e, quando terminou, senti como se meu estômago estivesse nas minhas mãos.

Essa foi a última vez que fui a um parque de diversão. Desde então, sinto uma tristeza enorme toda vez que penso em brinquedos ou em parques. Eu não sabia o que estava acontecendo, mas não estava mais conseguindo me divertir como antes. Era uma frustração enorme saber que eu não queria mais fazer algo que sempre amei.

Mas o tempo passou e comecei a entender melhor o que estava acontecendo. Descobri que estava sofrendo de ansiedade e pânico, que eram desencadeados por situações que me desafiassem ou que eu não tivesse controle. É claro que, em um brinquedo de parque, não temos nenhum controle sobre o que está acontecendo. E foi por isso que comecei a sentir tanto medo.

Fiquei muito mal com essa descoberta. Sentia que estava perdendo uma parte importante de mim mesma e que não seria mais possível me divertir como antes. Mas comecei a trabalhar em mim mesma para superar essa sensação de perda. Passei a frequentar terapia e ferramentas de auto-ajuda, a meditar e abraçar atividades que me faziam sentir segura e confortável.

Hoje, muitos anos depois, já consegui superar a minha ansiedade e pânico e já voltei a frequentar parques de diversão. Claro que não sou mais tão corajosa como antes e não vou mais em montanhas russas radicais, mas o importante é que consegui encontrar um equilíbrio emocional. Aprendi a respeitar o meu limite e a não me forçar a fazer algo que eu sei que vai me fazer mal.

Por isso, se você está lidando com uma situação similar, não desanime. Busque ajuda profissional e encontre atividades que te façam sentir segura e confortável. É preciso aceitar que as vezes não somos mais capazes de fazer algo que antes adorávamos, mas isso não significa que perdemos a capacidade de sermos felizes.

Não deixe que o medo ou a ansiedade te tirem a alegria de fazer algo que ama. Com paciência e ajuda, é possível superar qualquer obstáculo.